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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

O travesseiro no meio da tempestade

Quem iria imaginar que o ano de 2020 seria assim tão difícil. O vírus, até então desconhecido, chegou com força total e, aos poucos, ficamos especialistas nele. Afinal, precisamos sobreviver e, diante do medo e da falta de conhecimento, somos obrigados a aceitar e acreditar no que falam os especialistas da vez. Até que outros apareçam e desdizem tudo. O que fazemos? Seguimos novamente as novas ordens mundiais. E assim vamos, acreditando que estamos no rumo certo. Muita gente continua perdendo a vida. Muitas famílias continuam enterrando seus mortos, sem o tempo necessário das lágrimas caírem e da dor desolar os corações em luto. Como isto é triste. Tenho acompanhando muita gente assim. Mas tenho também ajudado muitos fiéis a celebrarem o dia do seu aniversário; bodas de ouro do seu matrimônio; o dom da cura alcançada. Enfim, como todos os padres, estamos nos esforçando para dar ao povo que nos procura, um pouco de alento em meio à dor; de alegria nas vitórias; mas, com toda a certeza, voltar a ter esperança em dias melhores. Afinal, acreditamos em Deus e não temos vergonha de pedir, todos os dias, as suas bênçãos, e assim enfrentarmos este tempo de provação. Se não bastasse a pandemia, ainda temos que nos preocupar com notícias adulteradas e sem nenhum compromisso com a verdade, e que todos os dias invadem nossas residências e acabam por nos deixar ainda mais confusos. Fico pensando, por que o telejornal não começa falando de quantas pessoas tiveram altas dos hospitais, e que voltaram para suas casas curadas da covid-19? Por que tem sempre que começar com o número de mortos, faltas de leitos e com imagens de cemitérios? Claro, eu sei que precisamos estar atentos a tudo. Principalmente nas precauções e cuidados que devemos ter. Mas, poxa vida, tem muita coisa boa acontecendo. Têm pacientes sendo curados, tem profissionais da saúde com o coração leve pelo dever cumprido, tem gente solidária ajudando a Santa Casa, o asilo, as famílias carentes. Acreditem em mim, tem muitas ações positivas acontecendo, apesar do caos. Isto me faz lembrar um episódio de Jesus com seus discípulos, relatado em Marcos 4,35. Caia à tarde. Jesus olhou para eles, depois de um dia cheio, e disse: “Passemos para a outra margem”. Entraram num pequeno barco. Quando estavam no meio da travessia, sobreveio uma grande tempestade. Ventos e ondas fortes, balançavam o barco com violência, e a água já estava inundando tudo. Sabem onde estava Jesus? Dormindo na popa, com um travesseiro. Isto mesmo que você está lendo. Jesus dormia com um travesseiro num barco afundando no meio de uma tempestade. Às vezes, penso que estamos neste mesmo barco. A tempestade de vento agora tem outros nomes: Coronavírus; nuvem de gafanhotos; tempestades; desemprego e fome; futuro incerto; sonhos sequestrados. É realmente muita coisa tirando a estabilidade do nosso barco, ou melhor, da nossa vida. Não iremos conseguir. Ninguém poderá nos ajudar. Só nos resta morrer. Os discípulos tiveram a mesma reação que muitas vezes temos. Eles acordaram Jesus e disseram: “Mestre, não te importa que pereçamos?”. É engraçado a nossa reação diante das dificuldades. A primeira coisa é culpar a Deus. Por quê? O que fizemos para merecer esse infortúnio? Murmuramos a todo o momento. E os discípulos foram com tudo sobre Jesus e colocaram para fora a maior ingratidão que carregamos na alma, a desconfiança de que Deus não se importa com a gente. É compreensivo que tenhamos, de vez em quando, um pouco de rebeldia. Faz parte do nosso processo de busca da santidade, ou, se você preferir, do nosso processo de amadurecimento. Sabemos que rebeldia é próprio dos mais jovens. E isto é bom. Ajuda a encontrar o equilíbrio necessário para suportar as inconstâncias da vida. E nas coisas da fé também é assim. Vamos aprimorando o nosso relacionamento com Deus. Vamos aprendendo a confiar mais n’Ele. O relato da tempestade acalmada continua contando que Jesus se levantou do seu descanso, repreendeu severamente o vento e disse ao mar: “Silêncio!”. O vento serenou e houve uma calmaria. Ele olhou bem nos olhos dos seus discípulos, e perguntou: “Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?”. Bom, precisamos aprender muito com Jesus. Não sei se você prestou atenção no inicio desta história do evangelho, mas os discípulos entraram naquele barco porque Jesus havia lhes dito: “Passemos para a outra margem”. Pronto. Aí está o segredo. Confiar de maneira incondicional n’Ele. Já estava determinado desde o começo, a viagem se completaria. Iriam chegar ao outro lado. Qual a dúvida? Sem contar que, na popa do barco, estava Ele, descansando sobre o travesseiro. O dia foi longo, uma multidão O havia seguido pedindo a cura de seus males. Precisava descansar, pois, no outro lado da margem, com certeza, teria outra multidão esperando pela Sua Palavra. E, outro detalhe importante, na popa do navio vai o leme, e é onde se dá a direção para onde se quer ir. Em algumas embarcações, era ali que se colocava a bandeira localizadora, e o registro da embarcação. Perceberam? Estava no comando daquele barco o próprio Jesus. Que, de tão confiante que iria chegar ao outro lado da margem, nem percebeu a tempestade. E nós? Acreditamos que a tempestade vai passar? E por que o medo? Por que trazer no coração uma fé tão imatura? Pensei nisto porque, nesta semana, houve uma grande tempestade de vento no Sul do Brasil. Chamaram de “ciclone bomba”. Eu nunca tinha ouvido falar neste nome. Vi as imagens e fiquei impressionado. Conversei com algumas pessoas que moram por lá, onde esse vento passou, e ouvi relatos assustadores. Pessoas morreram, casas caíram, telhados voaram, ficaram sem energia. Um caos. E, no meio de todas essas noticias, encontrei uma da cidade de Muitos Capões, na região nordeste do Rio Grande do Sul, em que dizia assim a manchete: “Igreja é atingida por mau tempo e imagem de Jesus fica intacta”. Você pode entrar no Google e ver a foto. Mas faça um esforço para ouvir também a tempestade se acalmando, e o Coração de Jesus te dizendo: “Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?”.

terça-feira, 9 de junho de 2020

A MORTE NÃO RESPEITA CHUVA

Há alguns anos, eu, padre recém-ordenado, cheguei numa tarde de quarta-feira de cinzas à Ilha do Amor, São Luís do Maranhão. Lembro que a primeira coisa que senti foi um ar quente que grudou em meu corpo e me fez transpirar por três meses, sem parar. Sentia muito calor; o sol era forte e reinava durante o dia, mesmo quando chovia. À noite, a lua ocupava o seu lugar no céu, iluminando tudo e todos. Assim, aprendi a olhar para o céu com os olhos diferentes, mais atentos e admirados. Meu contato com a comunidade paroquial foi naquela mesma tarde. Missa de Cinzas, igreja cheia, e o padre, meu superior, deu-me a incumbência de proferir o sermão. Êita, pense num padre que tremia.... (como dizem as pessoas de lá). Assim foi. Fiz a homilia e olhei pela primeira vez nos olhos deles e eles nos meus. Abri meu coração, minha alma de padre novo e fui acolhido de maneira sincera. Logo vi que além do céu, o Maranhão tem um povo lindo, acolhedor, generoso, colorido pelas bandeiras de São João e embalado pelas matracas do bumba-meu-boi. Rapidamente fui apresentado à comunidade e conheci Eunice, que cuidava e morava com sua tia Alice, que logo me disse: “Muito prazer. Sou Alice Coelho Raposo, brasileira, solteira, de maior”. E deu uma gargalhada, sem deixar de faltar com respeito ao padre jovem que tentava entender a alma maranhense. Logo elas se tornaram meu porto seguro; meu socorro em dias de saudades de casa; minha alegria em dias de tristeza; meu amparo em dias de fraqueza na fé. Senti que Deus me presenteou pessoas que ocupava um espaço no meu coração e me acalmava quando a falta da família que tinha ficado em Parisi, insistia em nevoar meus olhos. Descobri logo que tia Alice iria completar 90 anos de idade, no final daquele ano. Imaginem, já com essa idade e ainda ia à missa diariamente, guardava na memória as histórias vividas na infância e contava com propriedade como cada um da família estava e quem já havia falecido. Aliás, uma das primeiras histórias que me contou foi sobre uma doença que teve na juventude e que a deixou tão debilitada que achou que não teria muito tempo neste mundo. Mandou providenciar uma fotográfica bonita, dessas de colocar na lápide do túmulo, para todos admirarem a sua beleza juvenil, e, acreditem, mandou fazer a sua mortalha, um vestido branco com uma faixa azul, em honra a Nossa Senhora de Lourdes. Era como queria ser enterrada, afinal sempre foi muito devota e boa cristã. Ri muito dessa história, e incrédulo, vi a fotografia e a mortalha, amarelada pelo tempo. Desgostosa com a fazenda, pois era assim que ela chamava o tecido, que deixara de ser branco, tia Alice pediu para fazer um outro, agora novo e sem a faixa azul. Queria nessa altura da vida honrar Nossa Senhora de Fátima, deixando Lourdes para segundo plano. E quando achava de fazer graça, olhava para mim e falava: “padre, tenho medo de quando ficar velha eu ficar caduca”. Eu ria, pois era mais fácil eu ficar velho primeiro que a tia Alice. E assim passaram os meus anos acompanhando os aniversários e as histórias daquela mulher. Eu mexia com ela, falava que estava com vontade de comer galinha cheia que só ela sabia fazer. Eunice já me olhava com cara de brava, sabia que iria sobrar para ela preparar essa iguaria, e no dia marcado lá estava eu comendo a galinha cheia, feita pela Eunice, e elogiando a tia Alice, que sem titubear agradecia com um sorriso como se fosse ela mesma a dona daquele feito. Presidi a missa de 100 anos da tia Alice, num sábado bonito, no Santuário da Conceição, e depois, já na casa dela, ainda dancei uma valsa, como costumávamos dançar sempre que a conversa ficava animada e ela me contava que, quando jovem, era pé-de-valsa e muito bonita, por isso cobiçada pelos rapazes da época. Mesmo assim resolveu ficar sozinha, ocupando-se da sua profissão de enfermeira, parteira e outras coisas que contava sempre com muitos detalhes. Fui embora do Maranhão e levei toda essa experiência comigo. Volto para matar a saudade sempre que dá. Mas, nesta semana, acordei com a notícia dada pela Eunice: “A tia Alice já está com o Pai”. Senti como se o meu coração tivesse parado, um zumbido no ouvido e a mente buscando memórias do nosso último encontro, em outubro do ano passado. Eu pedi para participar do sepultamento, disse que tia Alice merecia uma benção nesse momento. Chovia em São Luís. Como acontece nesse tempo de coronavírus, não teve velório. No cemitério apenas Eunice, suas irmãs e alguns sobrinhos, poucas pessoas, pois está proibido aglomerações. E eu esperando no meu escritório, com a estola na mão. De repente o celular tocou, abri o vídeo e vi Eunice de máscara com os olhos tristes. Ela virou o celular para frente e vi o caixão lacrado da tia Alice. O céu não tinha sol. Coloquei a estola e fiz a oração pedindo a Deus que abra a porta do Paraíso a ela. Não aguentei, a chuva veio para os meus olhos e caíram em forma de lágrimas. Não era tristeza, era saudade. Rezamos juntos. Deliguei o celular e fiquei sentado, olhando para a parede e imaginando, com detalhes, o sepultamento simples e rápido que estava acontecendo. Confesso a você, nunca imaginei que iria ser assim, tão simples e tão bonito, como foi os 101 anos de vida da tia Alice. E rezei baixinho, mais uma vez: Que as almas dos fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz!

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Dor de fome, Mariazinha e Coronavírus
Djalma Tuniz, scj
Um dia, ao terminar a missa dominical, saí da igreja com a sensação de dever cumprido. Os fiéis saíram satisfeitos, rezaram, cantaram, pediram a benção para mais uma semana e se despediram de mim com a alma mais leve. Foi muito boa a nossa missa, diziam alguns; boa semana, padre, fique com Deus; diziam outros. E eu, com o coração agradecido por mais um domingo celebrado, fui ao encontro da senhora mais idosa da comunidade, Mariazinha, que, assim como todos os domingos, esperava-me na porta da igreja, para tomarmos um café na padaria ao lado. Ela gostava de chegar à padaria e já pedir dois copos de café com leite e um quibe, que já havia encomendado no dia anterior e que o padeiro havia deixado reservado para mim. Era o nosso ritual dominical depois da missa. Só que naquele domingo aconteceu um fato que marcou para sempre a minha vida e fez com que eu refletisse as minhas ações cristãs, a minha vocação de padre, e a coerência entre fé e vida, que a Igreja Católica tanto prega e que Jesus já havia dito de maneira perfeita quando lhe perguntaram: “Mestre, qual é o maior de todos os mandamentos?” E Jesus respondeu: “Amar a Deus acima de todas as coisas, e amar o próximo como a ti mesmo”. Ao sair da igreja, Mariazinha já me esperava com seu guarda-chuva numa mão e uma sacola de plástico na outra, com o livro de orações, o rosário e uma pequena bolsa de dinheiro. De repente, aproximou uma figura esquelética e suja, um conhecido guardador de carros durante as missas e usuário de drogas nas horas vagas. Morador de rua, jovem, mas muito maltratado pela vida, olhou nos meus olhos e pediu: Padre, me dá um dinheiro para tomar um café? Eu, que já conhecia aquele homem e sabia das suas verdadeiras intenções, disse que não tinha dinheiro no bolso, estava saindo da missa e não carregava carteira comigo. Mas ele insistiu e eu, mais uma vez, neguei a ajuda. Do nada, ele se aproximou mais um pouco e disse com uma voz triste: Mas padre, fome dói. Nesse instante, Mariazinha, que até aquele momento era uma testemunha silenciosa desse episódio, deu-me o guarda-chuva para segurar, abriu a sacola de plástico, tirou a pequena bolsa de dinheiro, pegou a maior nota que tinha e deu ao homem. Guardou tudo de novo, pegou o guarda-chuva e me disse: Vamos para o nosso café. Não questionou, não julgou, não me deu lição de moral, não aconselhou o homem a gastar realmente o dinheiro com alimento, apenas ajudou uma pessoa que a fome doía em seu corpo e em sua alma. Fomos para a padaria, tomei meu café com leite, comi meu quibe, mas por dentro estava com vergonha do que tinha acontecido. Mariazinha nunca disse nada, também não precisava, pois na vida, conforme vamos adquirindo experiências, também descobrimos que atitudes sinceras falam mais alto do que as próprias palavras. Nesta semana, em que vivemos todos os dias o mesmo Domingo de Páscoa, pois celebramos em oito dias consecutivos o mesmo dia da Ressurreição do Senhor, pelo tamanho da importância desta festa cristã, lembrei-me desse fato. Talvez por hoje se completar um mês que eu e minha comunidade religiosa estamos confinados no Convento onde moramos, rezando pelos doentes, pelos profissionais da saúde, pelos lideres políticos para que estejam atentos ao povo, e pedindo a Deus misericórdia para com a humanidade, lembrei-me de Mariazinha e dessa história real que tivemos juntos. Ela faleceu já há alguns anos, foi embora com 103 anos de idade, num dia de muita chuva em São Luís do Maranhão. Não tinha ninguém da família, era só. Neta de escravos alforriados, sem dinheiro, sem bens, mas com um coração e uma fé que poucas pessoas neste mundo possuem. Ensinou-me que é bom rezar bonito, ter fé, ir à missa, mas melhor ainda é unir a oração com a ação. Ensinou ainda que diante de uma pessoa com dor de fome, não se julga, não se discute, não se demora, apenas ajude. Abra a sacola e tire a maior nota e pronto, não se fala mais nisso. Essa atitude não mudou o nosso itinerário e nem nos deixou sem o nosso café dominical na padaria. Apenas mudou o meu jeito de pensar como padre, fez de mim um cristão mais consciente das minhas responsabilidades, e me deu uma lição de vida e de fé que até hoje me emociona e me faz uma pessoa melhor. Nestes tempos de incertezas e medos, de reclusão e de cuidados, de presidentes e ministros da saúde, de coronavírus e cloroquina, de belas canções e orações a Deus, é preciso lembrar que, pode ser que ao nosso lado, já tenha alguém sentindo a dor da fome. E o que vamos fazer? Que lá do céu, Mariazinha interceda junto a Jesus por nós, que estamos cá na terra.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Peregrinação

Queridos amigos, voltei! Foram quase vinte dias participando de uma peregrinação pelos lugares onde Pe. Dehon, fundador da minha família religiosa, viveu e fundou da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos-SCJ). Aqui tem um pequeno relato dos lugares onde passamos.



Nosso destino era fazer o “Caminho das Fontes”, ou seja, conhecer os lugares onde Padre Dehon viveu e fundou nossa Congregação. Éramos dezenove peregrinos. Dezessete do grupo de formadores, Pe. Fenando Fonseca, responsável pelo grupo e pelo retiro, e Pe. Mário Marcelo, que faz doutorado em Roma e foi testemunha ocular dessa viagem.
Passamos a primeira noite em Albissola, ainda na Itália, quase na fronteira com a França, no Centro de Espiritualidade de nossos padres. Na manhã seguinte, celebramos a missa no Santuário Madonna della Pace, e continuamos nossa viagem.
Nosso dia foi intenso, passamos por Ars, Cluny e Taizé. Um dia para ficar sempre em nossos corações.
Chegamos na pequena cidade de Paray le Monial, pequena mas imensamente importante para a espiritualidade do Coração de Jesus, onde ficamos por duas noites.
Sabemos o quanto esse lugar foi caro ao Pe. Dehon. Tivemos a oportunidade conhecer, com calma, a Basílica do Sagrado Coração, a Capela de São Cláudio Colombiere e celebramos uma missa na Capela da Visitação, ao lado do corpo de Santa Margarida Maria. O tempo frio e chuvoso nos ajudou a rezar.
Deixamos a bela cidade de Paray le Monial e fomos para São Quintino, com direito a uma pequena parada em Reims, onde visitamos a bela Catedral de Notre Dame.
Em São Quintino fomos recebidos pelos confrades dehonianos e, depois do jantar, fizemos um momento de oração diante do túmulo de Padre Dehon.
Talvez foi um dos momentos mais forte para todos nós. Antes de deixar Paray le Monial, compramos um buquê de flores para levar ao Padre Dehon. Flores compradas na cidade do Coração de Jesus e depositadas depois no túmulo do Padre Dehon. Mas antes de oferecermos as flores, cada um de nós fez uma pequena oração, um agradecimento pela vocação dehoniana, pela congregação, por esse momento. Cada um pôde falar na sua própria língua, dando a esse momento um toque da nossa internacionalidade. Ficamos dois dias em São Quintino, onde conhecemos os principais lugares onde Padre Dehon trabalhou e iniciou nossa Congregação.
Foram momentos especiais, fizemos visita pela cidade, celebramos na Paróquia de São Martinho, ouvimos a partilha da experiência dos padres dehonianos que trabalham na paróquia, realizamos uma visita ao Santuário Notre Dame, em Liesse e à cidade de Laon. Depois dessa bela experiência em São Quintino, despedimos do Padre Dehon e partimos rumo à Paris.
Passamos um dia na Cidade Luz. Começamos pela Igreja de São Sulpício, Torre Eifel, Catedral de Notre Dame e Basílica do Sagrado Coração, no Montmartre, onde celebramos a missa e partimos rumo à La Capelle
A cidade natal de Pe. Dehon é pequena mas cheia de significados para todos nós, dehonianos. Ficamos na casa onde Pe. Dehon nasceu e tivemos tempo para descansar, rezar e olhar os lugares onde nosso fundador viveu. Ficamos um pouco mais dehonianos depois dessa parada. Nossa peregrinação está caminhando bem e estamos felizes.
Próxima parada foi em Buxelas, na Bélgica, onde celebramos a missa e almoçamos com nossos confrades e seguimos para Clairefontaine.
Aqui, nossa pausa foi mais longa e Pe. Fernando pregou para nós o retiro. Realizamos nosso retiro em silêncio, com pequenas colocações do Pe. Fernando e partilhas durante a missa. Foram três dias muito bem vividos. Foi o ápice de nossa viagem.
Despedimos da comunidade dehoniana em Clairefontaine e seguimos rumo à Alemanha. Paramos em Trier, Neustad,, Speyer, Worms e Freiburg. Nossos confrades dehonianos foram muito acolhedores e atenciosos conosco. Foram dias felizes e a convivência com os confrades nos deixou com a sensação de que realmente ser dehoniano é ser acolhedor.
Despedimos da Alemanha, entramos na Suíça, onde almoçamos em Lucerna, e voltamos para Itália. Em Capiago, celebramos a missa na bela capela de nossa casa de retiros, passamos a noite em Como e seguimos para Boccadirio, onde conhecemos nosso Santuário, almoçamos e voltamos para Roma.
Foram dezoito dias de muitas emoções, e assim terminamos o nosso curso de formadores. Temos a sensação de que conhecemos melhor o nosso fundador e que somos uma grande família dehoniana, espalhada pelo mundo todo, com diversas culturas, mas caminhando na mesma experiência de Amor feita pelo Pe. Dehon.